quarta-feira, 7 de julho de 2010

O filme Divã e a separação


Vi outro dia na TV o filme Divã. Apesar de não ter chorado, como muitas amigas que viram, me emocionei com a mensagem do filme. Curiso é que, antes de vê-lo, um amigo perguntou por que esse tipo de filme atrai tanto as mulheres ao cinema.

Respondi, sem muito conhecimento de causa, que achava que o motivo é a mensagem de superação. A ideia de que a gente pode ser feliz, sozinha ou acompanhada, desde que a gente não desista de buscar a felicidade, onde quer que ela esteja. Essa é maior motivação pra um ser humano (como falou ontem a Zoe). E contar a história a partir de uma separação, como no filme Divã, é o roteiro ideal pra fazer nós mulheres pensarmos no assunto.

Passada a fase do conto de fadas, quem está casada há muito tempo, como a Mercedez do filme, já se pegou pensando em se separar, ou numa situação em que o marido pensou no assunto (ainda que um não tenha falado com o outro). É natural que depois de tanto tempo, os casais repensem no sentido de estarem juntos, de buscarem a felicidade eterna. E acho que esse é um dos sucessos do filme.

No filme, a Mercedez pinta e não consegue extravasar toda a criatividade dela na arte _ falta algo no casamento, na vida, e na tela, que aparece em branco em vários momentos. Em uma das cenas, o marido _já ausente, mas ainda morando com ela_ olha a tela EM BRANCO e diz: tá bonito! Ele nem nota que não tem nada pintado. A conversa entre eles já não rola mais e eles estão naquela fase em que só há o companheirismo pra os fazer seguir adiante. E muitos casamentos, de gente jovem, inclusive, são assim. Só há carinho e amizade e ainda assim, as pessoas continuam juntas em nome dos filhos, da família, das convenções, dos bens.

Achei bonito quando, no filme, o casal fala em se separar para "colocar o fim em uma história que já tinha acabado e dar vida a duas histórias que ainda podem começar". É puro clichê, mas é lindo! Casamento é construção diária. É preciso ter cumplicidade, planos e projetos juntos. Quando se está junto só por amor (sem planos, sem desejo, o que inclui o sexual, sem sonhos) é hora de "dar vida a duas histórias que ainda podem começar". Li uma frase que gostei muito: o casamento dura até onde vai o desejo. E não é só o desejo sexual (que é importantíssimo). Mas o desejo de viver intensamente a dois. O contrário é teoria para discutir no divã.

Irma

9 comentários:

  1. Querida Irma!
    Me lembro de quando vi esse filme e comentei com você que tinha surpreendentemente gostado imensamente, e você sacou mesmo é o recomeço, a esperança, se dar a oportunidade e não continuar vítima de uma situação que te paralisa e deixa suas telas em branco!
    Outra coisa que a mim particularmente foi importante é a questão dela ser uma mulher madura, numa fase da vida que o recomeço traz consigo muito medo do novo! Enfim adorei!
    beijocas,
    Mari.

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  2. Queridas,
    eu adorei o filme! Dei muita risada e, claro, chorei também... (eu né?).
    O que eu mais gostei foi a coisa do medo de mudar e da coragem para mudar! Ela foi em frente, mudou tudo, teve outras experiências (algumas serviram outras não), se redescobriu! E como disse a Mari, uma mulher madura.
    A-do-rei! Ai se tivéssemos mais Mercedez por aí...
    Um cheiro,

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  3. Nao assisti a esse filme, mas tem um filme argentino que fez sucesso aqui. Chama-se El segredo de tus ojos (nao sei direito escrever em espanhol). O filme e maravilhoso , o tema central e um assassinato, mas mostra a coragem pra se tentar viver um outro (no caso velho) amor.
    Vale a pena assistir.

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  4. Mel,
    eu assisti O Segredo dos seus Olhos. E adorei. É muito interessante e bem lembrado: também mostra o desejo, a falta de coragem (misturado com um pouco de preconceito), e finalmente a coragem para virar a mesa.
    Bem legal! Tem muito mais coisas!!! Vale a pena ver.

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  5. Esse filme argentino é lindo. Tenho medo de histórias mal resolvidas que depois o tempo faz questão de cobrar. É bem isso. Um amor reprimido certamente não morre. A fatura vem depois. E tem cenas engraçadas tb. Adorei
    Irma

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  6. Esse filme é um dos melhores que já vi. É engraçado e muito profundo. Pra quem quer se aprofundar. Meu marido por exemplo, disse que não achou nada de mais, mas imagina se ele acaharia?
    Me identifiquei demais com o filme. Embora não tenha a idade da Mercedes, nenha o tempo de casamento dela. Mas quem é a mulher que não sofre um pouco com os anseios e porques da vida? Ah! Se toda mulher tivesse coragem de olhar assim para dentro de si mesma e de construir e se descontruir a todo momento. De repicar o cabelo, experimentar uma vibe...
    Sabe o que mais? Quando crescer quero ser igualzinha a ela, rsrsrsr! bjs,

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  7. Adorei o texto, e tem tudo a ver com meu estado de hj...

    to esperando sua visitinha no meu blog

    beijim bom

    L@N

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  8. Oi Irma,

    Vc sabe que passei por um momento delicado como esse. É tudo muito difícil, mas tudo passa. Tem um período de luto que passa.
    Sonia

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  9. Ah, muito bom o filme. Muuuito bom meeeesmo.
    Adorei.

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