domingo, 25 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas

Fui assistir "Alice no País das Maravilhas"ontem e saí cheia de ideias, pensando nas várias mensagens que o filme me deixou. Na versão de Tim Burton, Alice tem 20 anos e acaba de ser pedida em casamento por um lorde, que não lhe agrada nem um pouco. Ela ouve o conselho da irmã, de que casar vale a pena, mas antes de responder se aceita a proposta, ela  resolve fugir seguindo um coelho que a leva para o mundo subterrâneo. Aí vem a história que todos conhecemos, ela cai em um buraco e entra no país das Maravilhas.

Mas por trás do sonho, há muita realidade que transportei pra mim mesma. A história de Alice é sobre decisões importantes que temos que tomar na vida. E o casamento é a primeira grande decisão que não depende dos outros e, sim, de nós mesmos.

Aos 22 anos, eu namorava há bastante tempo e estava prestes a me casar. Eu gostava do meu namorado, mas não a ponto de querer viver uma história mais longa com ele. Resolvi "fugir"como Alice e dar de ouvidos aos conselhos da minha família, que à época achou que eu havia pirado. Lembro que a única pessoa que entendeu o momento foi o chapeleiro maluco do meu avô que disse

 "Você é nova, tem que viver e fazer suas escolhas"

Como Alice, eu tomei poção para encolher e comi bolo para crescer. E crescer muitas vezes me deu uma baita vertigem como no livro de Lewis Carrol. A cena em que Alice cresce tanto a ponto de não enxergar os seus próprios pés pode ser comparada a muitos momentos da minha vida. Em muitas decisões que tomei, eu me senti pequena. E em outras, me senti grande demais.

E fui levada, como a meninha loira de olhos claros, a pedir conselhos à sábia lagarta azul, Absolon, que para mim nada mais é do que meu terapeuta. Achei engraçado que no filme, a lagarta aparece falando e jogando a fumaça do cigarro na cara de Alice. Ri por dentro ao lembrar que até hoje, dez anos depois, muitas das coisas que meu psicólogo fala chegam a mim de forma esfumaçada.

O que Alice descobre em seu sonho é que para enfrentar o seu medo é preciso estar do tamanho certo: nem acima do problema, nem abaixo dele. É quando ela ouve o conselho da rainha branca

"Não faça nada para agradar os outros. Tome a decisão por você. Porque você estará sozinha na hora de enfrentar a criatura"

E a criatura metaforicamente nada mais é do que o nosso medo. Medo de casar, medo de se separar, medo de ficar só. Mas para tomar a decisão por você mesma, alerta a lagarta azul, é preciso saber quem você é. Ou seja, é preciso saber o que você quer da vida. Na dúvida, olhe para dentro. E, como diria meu sábio psicólogo, procure as respostas nos sonhos ou siga o coelho. O nosso inconsciente sempre tem boas saídas para o que queremos fazer.

Irma

11 comentários:

  1. Olá! Adorei o blog e o texto. Agora preciso ver o filme para poder debater.
    Boa semana!

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  2. Irma,
    fiquei emocionada ao ler seu post... Você me deixa orgulhosa.
    um cheiro, Zoe

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  3. Irma, estou morrendo de vontade de ver o filme só por causa do seu texto. Adorei o blog. Muito gostoso de ler os textos de todas as integrantes desse blog. Me parece mulheres modernas e destemidas na medida certa. Beijos e mais beijos, Vivi

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  4. Querida Irma.... que é mesmo quase uma irmã pra mim! Tão bonito, tão sensível, tão seu esse texto, ao mesmo tempo tão nosso! De todas as mulheres, suas escolhas e SABER ESTAR DO TAMANHO CERTO pra chegar a elas...
    Amei! Você tem luz menina!
    beijocas,
    Mari.

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  5. Irma

    Esse é sem dúvida seu melhor texto do blog (até agora claro!). Muitíssimo profundo e tocante, nao tem como nao pensar na Alice diante de seus obstáculos e nós diante dos nossos. Ótima comparação e alerta para nós mulheres.
    Porque no final só restará nós e a lagarta mesmo.

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  6. "Se queres ser grande,
    sê inteiro,
    nada de ti exageres ou esconda."
    Perdão, estou citando Fernando Pessoa de memória e pode não estar correto, mas o sentido é esse.

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  7. Guyer,

    Que lindo! Feliz, muito feliz e lisonjeada de ter sua companhia aqui no blog

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  8. Sábia rainha branca... Depois de ler este post, minha vontade de assistir ao filme aumentou 10 vezes!!! Parabéns pelo texto tão cheio de reflexões e tão gostoso de ler. Bjs da Lili

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  9. Muito BBOOMMMMM esse texto !
    Agora sim,entendi mais ainda o filme !!
    bjossss

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  10. Adorei o Blog e a sua reflexão sobre o filme. Quando assisti pensei exatamente nas mesmas coisas. Estou na fase da minha vida em que mais estou precisando de um coelho, um chapeleiro maluco e uma sábia Rainha Branca.

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