segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O papel de cada um

Joana é uma amiga que mora em uma grande cidade do Brasil, longe de São Paulo. Com quase 40 anos, há cinco mantém um romance com um homem casado. Ela já foi extremamente apaixonada, já quis a separação dele, desistiu do affair duzentas vezes, ficou longe por seis meses, chorou, brigou, mas não consegue viver sem ele.

Luciano é um cara muito legal, apesar de tudo. Casado há bem mais que 20 anos, não se imagina sem seus filhos, sem a Joana, e diz que o seu casamento é ruim, mas que tem carinho pela esposa, afinal, ela o ajudou a crescer profissionalmente e o acompanha deste quando ela tinha 18 anos (Ele é 10 anos mais velho e a esposa nunca trabalhou na vida). Não tem coragem de se separar.

A química entre os amantes é enorme. Um diz que o outro é a melhor transa da vida. Quase inacreditável. (E dá inveja também...).

Hoje, ela tem uma vida social tranquila, sai bastante com os amigos, paquera, mas não curte 'ficar' com pessoas. Também não deixa que Luciano invada a vida dela como antigamente. Claro, se falam todos os dias e quase todas as semanas se encontram. É gostoso. E também limitado. Diz que se encontrar alguém, Luciano dança. Eu acredito.

Luciano sempre foi um cara presente. Joana disse, na sua época mais apaixonada, que ele era o seu melhor 'namorado'.

A última do Luciano foi a viagem recente que fez com a família para a Itália, por 10 dias. Durante a viagem ele mandou alguns e-mails para a Joana. Ao chegar, ainda no aeroporto, pegando as malas, mandou uma mensagem para ela: queria se encontrar logo mais. Ou seja, ele chegou às 5, e às 9 já estava na casa dela!

Na boa, impossível a esposa não saber dessa história!!!

A Joana já sabe qual o seu papel, os limites e tudo mais. E não espera nada além disso! Ele também: continuará a ser o marido de uma, e o amante devotado da outra. Papel definido.

E a esposa? Fico imaginando como deve ser ter 18 anos, casar com um cara mais velho, o único (teoricamente) da vida dela. Depois de décadas, nunca ter trabalhado, a não ser como mãe e dona de casa. Fico imaginando o quanto deve ser complicado sacar uma história dessa e, ao mesmo tempo, não deixar de receber algum carinho do marido.

É compreensível a passividade, mas também complexo demais. Imagina você perceber que a primeira coisa que o seu marido, por quase 25 anos, faz, ao voltar de uma viagem com a família é ir se encontrar com outra mulher? Terrível, não?!

No meu caso, é inimaginável aceitar algo assim. Mas eu trabalho desde os 17 anos, sou independente pra caramba e prezo muito a minha individualidade e respeito próprio.

Não posso julgar ou condenar. Somente entender os papéis de cada um e, principalmente, o da esposa - uma vida totalmente diferente da minha. Mas... puxa, que difícil!

O que acham?

Um cheiro,
Zoe.

13 comentários:

  1. Caramba,dificil hein! Ai existe sabe o que? Consenso de ambas as partes! Cada um tem seu papel definido na história e está consciente e conformado com a parte que lhe cabe! Talvez a mulher do Luciano esteja feliz, porque sabe que enquanto a Joana estiver entre eles, ela terá certeza de que continuará casada e "garantida financeiramente". Acho que tem muito mais coisas envolvendo uma relação do que simplesmente o amor que parte de cada um, e o nosso grande desafio dos tempos modernos e tentar manter o amor próprio e o respeito mútuo, independente da forma que escolhemos para amar.

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  2. Difícil entender a posição da esposa, mas sou fruto de uma relação assim. Sempre vi meus pais levando vidas separadas, ele saindo todo final de semana para os bailes, voltando apenas no outro dia e só que no caso da minha mãe, ela trabalhava sem parar.
    Nunca quis isto para mim, minha mãe dizia que eu jamais daria certo com alguém, era muito exigente, segundo ela.
    Graças a Deus e ao bom senso tenho um ótimo marido, custei a encontrar, mas é fato que algumas pessoas preferem basear suas relações em diversos parâmetros que não o afetivo-amoroso.
    Ótima história e mais comum do que imaginamos.
    bjs

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  3. Eu acho que a vida é difícil aí para todo mundo, menos para o Luciano que faz o que bem quer na hora que bem entende e pronto e acabou. Sei lá....

    É muito difícil para mim aceitar uma coisa dessas e até compreender é difícil...

    Enfim, cada um é que sabe onde seu calo aperta!

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  4. Saber reconhecer os papéis é fácil. Dificil é não se machucar em exectá-los. É ser inteira em cada um deles.
    Mas, "cada um (pensa) sabe(r)a dor e a delícia de ser o qué é"

    Bjs, Zoe
    Mônica

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  5. Oi Zoe,

    Tudo bom? Não tinha lido o seu texto. Arrasada. Olha, se eu fosse essa mulher, preferia vender pipoca na praça a seguir casada com esse cara. E ele tb não age com amor ao continuar com ela, pena é outra coisa. Deus me livre.

    Beijão,

    Bela - A Divorciada

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  6. Vou te dizer: pra mim também é muito difícil avaliar isso. Desde que tinha dezesseis anos eu trabalho. E comecei a trabalhar justamente pra não precisar me sujeitar a ninguém. e mesmo quando por alguns revezes da vida que aconteceram por minha culpa tive de depender do meu ex-marido por três anos (quase fiquei louca precisando pedir dinheiro até pra absorvente) lutei e estudei muuuuuito mesmo pra conseguir voltar ao mercado de trabalho. Mas nem todo mundo tem a mesma personalidade. Tenho uma conhecida, uma ex-vizinha, que vivia uma situação parecida com a da esposa descrita acima. Um dia a filha dela descobriu que o pai traia a mãe e exigiu dele uma atitude. Quando minha vizinha descobriu o que a filha toinha feito, chamou-a em segredo, e disse-lhe que não fizesse nem dissesse nada ao pai. E que retirasse o ultimato pois ela já sabia da amante do marido há anos, mas que estava muito bem assim, e não queria que a situação mudasse, pois se ele largasse a amante, voltaria a procurá-la (a esposa) e ela não queria isso. Estava muito bem como estava, desde que ele continuasse custeando seus luxos. Disse que preferia que ele continuasse com essa amante pelo resto da vida pois ela não exigia que ele largasse a família e que sendo forçado a mudar de situação poderia querer se separar dela e ela teria de trabalhar.
    como vocês veêm, existe gente pra tudo! Pode ser o caso da tal esposa do post, pode não ser. Mas só quem sabe o que se passa nessa situação é mesmo quem a vive!

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  7. Nira,
    tô passada!!!
    Mas sei lá, né?! Podemos tricotar sobre tudo e todos, mas como muitas disseram, somente quem está no "papel principal" sabe realmente o que rola...
    Ai meu jesuis, heim?!

    Uma beijoca para todas e todos!!!

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  8. Ai ai ai Zoe!!!! Concordo com todas as respostas acima!!!! Só quem vive vê! Difícil!
    beijocas,
    Mari.

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  9. Zoe,
    È muito interessante esse post seu.
    Eu vivo essa situação, sou a amante há quase 2 anos e sei o quão dificil tem sido e é.
    Mais sou uma mulher independente, não dependo dele para nada e posso confessar isso é muito libertador.
    lógico que ser a segunda opção é muito dificil mais eu o AMO.
    Se aparecer alguém interessante é claro que ele cai fora, mais até então nada me interessa tanto!
    Bjos Meninas

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  10. Gente eu amei a Bela dizer que preferia vender pipoca na praça....hahahaha....parece coisa lá da minha cidade....
    beijocas,
    Mari.

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  11. Eita coisa difícil essa que é amar...

    um cheiro,
    Zoe

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  12. Hahaha!!! Para a Mari: eu venderia pipoca na praça mesmo, baby!!!

    Beijão,

    Bela - A Divorciada

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  13. ZOe,

    Tenho pena das duas, da Joana e da mulher. As duas estão sendo enganadas. As duas estão amando pela metade. As duas sabem, indiretamente ou não, da presença da outra na vida do homem e, ainda assim, mendigam o amor dele. Só não tenho pena dele, que tem tudo: companhia quando ele quer, sexo quando ele quer, comidinha quente em casa quando ele quer, viagem com os filhos quando ele quer. Esse, sim, sabe como operar as pessoas.
    Irma

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