sábado, 12 de junho de 2010

Eu não gosto muito de Sex and The City

Talvez vocês fiquem meio bravas comingo, mas preciso contar: eu não gosto muito de Sex and The City. Acho muito exagerado, uma grande caricatura da mulher... Cada personagem representa fortemente um aspecto e, por vezes, a coisa é tão "over", que me irrita profundamente. É como a grande maioria das revistas e dos atuais programas femininos: repetitivos, superficiais e totalmente sazonais. Se você comparar uma revista de um ano para outro, verá que são sempre as mesmas matérias com pequenas diferenças... um saco!

Mas me dediquei um pouco ao seriado. Assisti o primeiro filme com a Irmã, vários episódios com a Mari e fomos juntas, como vocês sabem, assistir ao segundo filme. Sempre achei engraçado. E sempre achei alguma coisa que realmente representava um pouco a mulher de verdade.

No primeiro filme, entre outras coisas, achei absurda e engraçadíssimo a atitude da Charlotte de comer somente iogurte em um país estranho. Pois saibam que uma amiga minha, por causa do mesmo pânico, teve a mesma atitude e, assim como a personagem, ficou com a maior dor de barriga por engolir água do chuveiro! Muita somatização, não é? Exagero, sei lá. Jamais poderia imaginar que uma cena de filme pudesse acontecer na minha frente!

No segundo filme, novamente caí na gargalhada. E muitas vezes - principalmente por causa dos modelitos rídiculos que todas usaram (com empate técnico entre a chata da Carrie e a louca da Samantha). Fiquei bem irritada com a mensagem nada subliminar sobre o "American Way of Life is The Best" no final do filme. Me emocionei com a cara do Big traído.

E entre as muitas outras cenas que me chamaram atenção, aquele encontro entre Charlotte e Miranda, quando conversam sobre a família e ser mãe, me cativou. Miranda, sempre apaixonada pelo trabalho, percebeu que estava deixando sua família de lado e tomou uma grande decisão. Charlotte, que sofreu para deixar sua família e ir para "as Arábias", sentia falta dela mesma, mas era errado sentir isso. Afinal, tudo o que ela queria era ter uma família. A mãe Charlotte sentia-se culpada por estar cansada, por querer um espaço para ser somente ela. Difícil né?

As vezes perdemos um pouco o equilíbrio das coisas. Se com Miranda foi o trabalho, com Charlotte foi a familia - tão desejada, esperada, amada, que tomou o lugar do indivíduo Charlotte. Ela virou mãe. Abdicou do seu espaço. Mas, com um pequeno empurrão, entendeu que tinha esse direito. Que podia amar desesperadamente, mas assumir, sem culpa, que as vezes ser mãe é um porre, enche, cansa.

Que bom. Adorei isso.

Vejo mulheres fabulosas, que tinham uma carreira promissora e largaram tudo para serem mães. Só isso. Sei que não é pouco, mas não acho legal dispensar o que já foi conquistado com muito esforço.  E já vi contrário também. Mulheres que nem perceberam que deixaram de lado qualquer possibilidade de ter uma família - ou um relacionamento - por causa do trabalho. Da mesma forma preocupante.

A vida somente nos pertence. É curta e única. Não podemos deixar na mão de qualquer outra pessoa ou coisa a nossa felicidade e os nossos desejos. Se fizermos isso, vamos nos frustar algum dia, não é? Afinal os filhos crescem e você um dia se aposentará. E daí? O que sobra? Boas histórias e experiências.

Nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Acho que esse é o nosso grande desafio. Encontrar e manter o equilíbrio nas nossas ações, escolhas e paixões. Buscar a diversidade. E não sentir culpa. Culpa não existe. Ela é reflexo do mundo em que vivemos, dos julgamentos e pré-conceitos.

Um dia, entrevistando uma austríaca, com uma história maravilhosa de vida, ela me disse uma coisa que levo comigo até hoje: "Não existe culpa. Apenas temos que acreditar que estamos fazendo o nosso melhor naquele momento, para aquela situação." Eu acredito nisso.

E dá-lhe terapia para tentar entender tudo isso! rs...

Um cheiro,
Zoe.

4 comentários:

  1. Queridíssima Zoe!
    Adorei seu texto mesmo sabendo que não compartilhamos o amor pela série!
    Mas somos amigas....como elas são amigas... e amizade é isso mesmo, não precisa (na verdade acho que nem deve ou pode!) concordar sempre...há que se haver os pequeninos argumentos para se apimentar a relação.
    Quanto ao lance da família x trabalho x filhos x carreira... well prato cheio e complicado e vc colocou SUPER BEM: Culpa não exite! ( ou melhor pelo menos não deve existir.) , e eu termino dizendo que CULPA É MESMO UMA BOSTA!!!!!! hahahaha...
    Te adoro querida Zoe!
    Beijocas,
    Mari.

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  2. Também amei a conversa da Charlote e da Miranda! Prova de que a culpa tá o tempo todo rondando nossa cabeça, checando se nossas decisões e escolhas foram acertadas. E é preciso ser mais forte do que ela e seguir adiante, em nome da pp consciência. Life is toooooo short!
    Bijo,
    Irma

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  3. Adorei seu post, concordo plenamente! Os momentos que gostou foram os mesmos que eu gostei também!!!!A minha opinião sobre a Carrie é essa também! Uma bela de uma chata!!!Mas achei as personagens apagadinhas demais no seu todo!
    Adorei o seu blog!
    Beijos

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  4. Liliana,
    obrigada! às vezes as pessoas ficam meio chocadas pelo fato da minha "não paixão" pela série... ehehehe..
    um beijo,
    Zoe

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