quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sobre o amor humano!




Eu imagino, que quando somos machucados pelo amor e muito, isto possa permear algumas das noções que temos. Dizer que o amor genuíno é somente o "Divino" e "Transcendental" tira do amor comum e humano sua mais ilógica e rica característica que é a humanidade e a imperfeição, a dicotomia do bem e do mal, aquela que os anjos devem se ajoelhar perante nós (pois afinal diferentemente deles vivemos com esta dualidade nos nossos corações!), aquela que nos faz confusos, magníficos e horríveis!

E amor que tem como parte intrínseca o apego e o egoísmo é também parte do amor que doa e faz o bem, do amor que ensina, se enaltece, do amor que sofre e se alegra, do amor que goza, acaricia e simplesmente existe. Este amor humano que é erótico e que é singelo.

Supervalorizar, "overrate" como se diz em inglês, qualquer coisa ou sentimento, tira a possibilidade da pureza da existência simples e com falhas, que são características humanas.

Sabe quando se fala de "amor" como algo inalcançável e divino, é como se o amor terreno nunca fosse suficientemente bom! Isso é tão pesado na vida! Sei que às vezes a intenção é dar ao amor que é tão glorioso, a transcendência divina. Mas fazendo assim a gente se esquece que o sexo, o dinheiro e o poder podem também fazer parte da glória e do amor! O uso e o mal uso deles é individual e coletivo ao mesmo tempo mas as possibilidades e o olhar que damos às coisas e pessoas e sentimentos são individuais e tão intrinsecamente nossos.

Quando as nossas coisas que são humanas, pois humanos somos, ganham obrigações divinas, nos tornamos insaciáveis e jamais poderemos ser nós mesmos, e até aqueles que convivem conosco, jamais serão suficientemente bons, ou terão sentimentos suficientemente nobres ou corretos ou apropriados. E assim então, a insatisfação torna-se parte inerente de nós mesmos e nos deprime, nos tolhe, nos faz menores!

Perguntaram-me se conheço bons amores, citaram a amizade como a mais genuína forma de amor desinteressado, e sob vários aspectos se têm razão, mas o amor advindo da amizade não tem a urgência do amor erótico, não tem a satisfação carnal e essencial do gozo físico e das sensações que a proximidade física proporcionam. E conheço sim amores perfeitos, só não duram para sempre! Talvez este seja o grande mistério, a duração do amor! A duração ideal!

Sabe Madre Tereza que demonstrou em toda a sua vida um "Amor Divino" disse algumas frases que achei extremamente providenciais para esta nossa conversa:
"Não pense que o amor para ser genuíno tenha que ser extraordinário. O que é preciso é amarmos sem nos cansarmos de fazê-lo"
"Se você julga as pessoas não tem tempo de amá-las"
"Quanto amor você coloca no que faz?"  
"A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado!"  (Como me sinto assim às vezes, então às vezes me sinto muito triste, então me lembro do sorriso da minha sobrinha Victória pra mim, do meu gato "falando"comigo... me lembro do sexo e depois do sexo com alguém que amo e como me senti e como éramos um!)
"Não ame pela beleza pois um dia ela acaba. Não ame por admiração pois um dia você se decepciona. Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação!"
"Você quer ser feliz, ou ter razão?" Esta de meu amigo Amadeu que ouviu de seu terapeuta!

Sabe o amor humano, com suas falhas, seu apego, seu egoísmo, sua bondade e sua luz, é talvez mais importante que o amor divino porque nos ensina o caminho, sem deixar de mostrar os erros!

Ame sim o amor humano, mesmo com tudo de ruim que há nesse sentimento, pois ele dá à nossa humanidade um pouco de divindade!

Com muito amor pra vocês,

Mari






9 comentários:

  1. Mari,
    Tantos conflitos,tanta intensidade, quanta sinceridade!!!
    Só o amor é suficiente??? Pra que???
    Amar a alma nua... talvez seja esse o caminho!!!
    "tamo junto"...rs
    bjo bjo
    (te mandei um email, vc recebeu???)

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  2. Mari, querida, saudade de você por aqui!!!
    E que texto bem a sua cara (e a minha também), intenso, para começar a matar essa saudade, para saudar 2011.
    É isso: nada mais apropriado e verdadeiro, possível, do que o amor humano, com todas as suas incongruências, as suas cordas bambas e, ao mesmo tempo, as suas forças retiradas das entranhas...
    É nele que acredito. É o que me encanta, me atrai...
    Adorei o texto, querida!!!
    Beijo!
    2011 maravilhoso pra você!!! Abarrotado de amor humano!!!

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  3. Mari,

    Adoro vc indo de 10 a 100. Um texto sobre sexo e outro intenso sobre o amor. Linda!
    Eu desapareci ontem porque trampei muuuuuito aqui no jornal por conta da enchente. Tô com saudade, vamos sair hoje?
    Beijos
    Irma

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  4. Hella, qta sensibilidade,,,vc me emociona,,,,,,por favor, acrescente em suas péroloas: "SOMOS SERES ESPITITUAIS VIVENDO EXPERIÊNCIAS HUMANAS" - Arnaldo Jabour.
    Adorei nossa cerva+lanche no boteco da esquina,,,,,,,,,,,VIU QUE AMOR?
    Bjokinhas,
    Mônica

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  5. Oi Mari,

    Feliz 2011! Muito amor para nós todas,

    Bela - A Divorciada

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  6. Vivemos sempre na eterna luta entre o bem e o mal...não podemos esquecer nunca que temos os dois dentro de nós...adorei o texto.
    Que o ano de 2011 seja incrível...bjus.

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  7. Mari, querida,
    sempre acreditei que tudo na vida tem um lado A e um lado B, assim como o amor, né?!
    Vc colocou em palavras o que eu acredito... :)
    E mais, quanto mais "divinizamos" o amor, mas no distanciamos da possibilidade de simplesmente amar!!!
    Um cheiro,
    Zoe

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  8. Amor, aprendemos com o tempo que nossa felicidade, nao pode ser depositada nas mãos de ninguém. Que amor devemos ter por nos, pelo nosso trabalho, pelas nossas viagens, pelos nossos hobbies. E que um dia se surgir um grande amor e cruzar o nosso caminho uma pessoa..devemos nos entregar, nao esquecendo que somos e nossos amores passados. beijos vou te sguir

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