domingo, 28 de novembro de 2010

Os gatilhos da vida

Depois de oito meses indo e voltando do trabalho de metrô, encarei de corpo e alma o trânsito de São Paulo. Para aqueles que não são dessa cidade louca e apaixonante, saibam que Sampa tem 11 milhões de habitantes e um índice de 61 veículos para 100 habitantes.

Dá para imaginar o tamanho da encrenca?!

Pois bem, a minha tranqüilidade foi bem abalada pela situação absurda de demorar 45 minutos para percorrer apenas 12 quilômetros... E não tem solução: o transporte público disponível demoraria muito mais (mas não desisto de pesquisar novas opções!).

De qualquer forma, o detalhe é que eu não havia percebido o quanto essa coisa doida do trânsito me transforma. Até que num dia, no carro xingando alguém que fez o que não devia na minha frente, lembrei de um desenho do Pateta que vi quando ainda era bem pequena. Nele, o delicado e gentil personagem se transforma em um mostro ao entrar no carro...

Eu era o Pateta!

Claro que caí na gargalhada sozinha no carro, e levei - claro também - uma buzina do pateta de trás!

Mas o susto foi enorme quando percebi a reação Dr. Jekyll e Mr. Hyde que alguns gatilhos da vida têm na gente! Não é somente no trânsito que me transformo! Fico extremamente fora de mim quando pessoas falam qualquer coisa que considero errado sobre a minha família ou amigos mais queridos. Perco a cabeça ao ver qualquer pessoa tratando um pouco mal um animal (cheguei até a parar o carro e discutir com uma mulher, uma vez)... e assim vai! E tenho uma grande amiga que já bateu em ladrão, né, Mari?!

Ainda não encontrei a resposta, mas sei que preciso saber ligar um alerta de aviso dentro de mim antes que a explosão aconteça. Não é seguro, nem faz bem. Ficar em alerta e sacar o tal gatilho é fundamental para não entrar na loucura da vida e manter certo equilíbrio.

Falo isso porque o depois do acontecido nunca é legal. Sempre fica uma ressaca que num vai embora apenas com um Engov, sabe?

O que acham?
E para quem não conhece o desenho, divirtam-se!

Um cheiro,
Zoe

12 comentários:

  1. Momento "Dias de Fúria"...
    Sensação difícil de controlar.
    Massacra, faz mais mal a que sente do que a quem é alvo do sentimento.
    Acontece!
    Excelente semana!
    Beijocas!

    ResponderEliminar
  2. Zoe,
    Me identifiquei muito com vc ao ler seu texto. Já fui assim, mas não era só o trânsito que me deixava louca, muitas outras coisas me tiravam do sério e eu tive que parar para cuidar um pouco de mim porque os "engovs" não estavam mais dando conta da minha ressaca e tudo isso faz mais mal a nós mesmas né?

    Em abril escrevi algo semelhante, se quiser dar uma olhada segue o link:

    http://conviteaosilencio.blogspot.com/2010/04/o-que-tambem-me-tira-do-serio.html

    Ps. Depois dessa minha crise, eu melhorei muitooo!!!

    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Difícil, né? Eu não tenho carro e sou feliz usando o metrô diariamente para os meus trajetos. Impossível continuar nesse esquema? Ou rever os horários para fugir das horas de pico? Tem gente que sai do trabalho e vai para alguma academia ou procura algum curso do lado, fugindo do caos do fim do dia. Pode ser uma opção. Isso ou fazer muita massagem para ficar zen ao ter que lidar com esse transtorno.

    Beijos,

    Bela - La Divorciada

    ResponderEliminar
  4. Zoe querida...
    Eu tb já fui muito o Pateta...hahahaha.... hj sou um pouquinho melhor e faço minha maquiagem MARAVILHOSA no trânsito!!!! A gente vai se adaptando!
    E realmente precisamos atentar para o gatilho!
    Adorei o post!
    beijocas,
    Mari

    ResponderEliminar
  5. Ai, ai, não tenho a menor saudade do transporte público. Já andei minha cota de ônibus que demorava mais de horas pra passar no ponto, gente espremida, falta de ar pra chegar a um lugar. E adoro andar de salto, portanto, ir a pé poucos quarteirões é verdadeiro sacrifício pra mim. Portanto, aprendi a não me stressar no trânsito. Quase nunca xingo. Fico ouvindo música ou aproveitando para ligar para os amigos. Fico horas, hahha!

    Irma

    ResponderEliminar
  6. Virgem santa...perdoe o erro grosseiro de vernáculo. Deu até vergonha....kkkk

    ResponderEliminar
  7. Queridíssima Zoe,

    com exceção dos monges budistas, penso que todo mundo fica furioso quando alguma coisa aperta o respectivo gatilho ... aquele que só nós sabemos o quanto nos é caro. É importante saber, também, que não dá para ficar furiosa com tudo que nos perturba, porque a ressaca e o stress são bravos. Não nos fazem bem.
    O legal dessa estória, eu acho, é termos consciência do 'nosso jeito especial de ser' e conseguirmos nos controlar um pouquinho antes do ponto de mutação! Isto é, antes de nos transformarmos em patetas ... rsrsrs ...
    vc é ótima e saberá lidar com estas transformações.... rsrsrsr... vc pode escolher, a minie, a clarabela... rsrsr bjkas
    Beatrice

    ResponderEliminar
  8. Aqui no Rio o trânsito não é muito ruim, mas mesmo assim tem dias que estou com a tolerância zerada e acabo fazendo grosserias,imagino aí em São Paulo, acho que eu ia pirar!
    Bjss
    Dani
    Tá rolando promoção lá no meu cantinho,passem lá!

    ResponderEliminar
  9. Oi Zoe,
    no mundo violento em que vivemos, considero importante tentar manter a calma em algumas situações principalmente no trânsito.
    Quem nunca ouviu historias de pessoas que morreram no trânsito por causa de discussões bobas?
    bjs

    ResponderEliminar
  10. O senhor motorista!!!!

    Meu marido tem uns momentos Patetas qdo vamos trabalhar em Sampa.
    Imagine, os caipiras alucinados para pegar a mão certa da rua...
    Pq eu acho que por aí retorno não existe, kkkkkkkkkkkkk...

    Bjos

    ResponderEliminar
  11. 11 milhoes??? Dassseee...! Portugal tem 10 milhoes, rs

    ResponderEliminar